Reino de Leão e Castela
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Afonso era o primogénito de Fernando III e de Beatriz da Suábia, pela ascendência da qual derivaram as suas aspirações ao trono imperial germânico, filha de Filipe da Suábia, rei da Germânia e rei dos Romanos e de Irene Angelina de Constantinopla, e neta do imperador germânico Frederico I, Sacro Imperador Romano-Germânico.[3] Foi declarado herdeiro da coroa em 21 de março de 1222 com apenas quatro meses de idade em uma cerimônia na cidade de Burgos.[3]
Sua ama de leite foi Urraca Peres e seu aio Garcia Fernandes de Villamayor, mordomo-mor da rainha Berengária de Castela e esposo de Mor Arias da linhagem galego dos Limia. O infante cresceu com seus aios em Villaldemiro e em Celada del Camino[b] e também passou parte de sua infância nas propriedades de seus cuidadores em Allariz onde aprendeu galaico-português que anos depois utilizou para escrever as Cantigas de Santa Maria.[4][3]
Ainda infante, seu pai lhe participou na tomada de várias praças andaluzes, entre as quais Múrcia, Alicante e Cádis, na reconquista durante o reinado do seu pai, Fernando, o Santo.[5]
Em finais de 1246, o infante Afonso apoiou a causa do rei Sancho II contra o seu irmão, o conde de Bolonha com um exército que integrava a vários nobres dos reinos de Leão e Castela. Embora, “o infante castelhano, apercebendo-se das dificultades da empresa ou porque o pai o pressionava para o assédio a Sevilha […] Em Março convencera já o rei português a acompanhá-lo a Castela.”[5]
Porém, enquanto rei, teve que renunciar à posse do Reino do Algarve (pelo Tratado de Badajoz de 1267), bem como às suas aspirações sobre o reino de Navarra. Em 1260 conquistou e incendiou Rabat.
Na política interna, teve que fazer frente a rebeliões, das quais se destacam a dos mudéjares (mouros em territórios controlados pelos cristãos) em 1264 e o problema sucessório nos últimos anos do seu reinado. Casado desde 1249 com Violante de Aragão, filha de Jaime I, o Conquistador, o monarca teve no entanto vários filhos ilegítimos.
O seu primogénito legítimo, e herdeiro do trono, Fernando de La Cerda, morreu em 1275. Afonso X passou a defender os direitos sucessórios do seu neto primogénito de Fernando, Afonso de Lacerda, mas Sancho IV, seu segundo filho e irmão de Fernando, reclamou a sucessão para si, recebendo poderosos apoios à sua causa. Afonso X só conservou a fidelidade de Múrcia e Sevilha, cidade em que viveu durante os seus últimos meses, bastante isolado e secundado apenas por um pequeno número dos seus antigos colaboradores. Apesar de ter deserdado o seu filho Sancho por decreto a 8 de Novembro de 1282, este viria a ser coroado após a sua morte.
Durante o seu reinado, Afonso impulsionou a economia, destacando-se em 1273 a criação da Mesta, instituição de representação dos pastores e criadores de gado. Em Leão e Castela desta época, esta actividade tinha mais importância económica do que a agricultura. Fomentou a repopulação de terras conquistadas aos muçulmanos, nomeadamente no Reino de Múrcia e na Baixa Andaluzia. Fundou a Villa Real, que posteriormente passaria a ser Ciudad Real, em uma zona controlada pelas ordens militares. Mas essencialmente foi um legislador. Compôs (em castelhano) as obras legislativas Fuero Real de Castela e o código das Siete Partidas, para além de obras sobre a história da Espanha (Primeira Crónica Geral de Espanha) e história universal (Grande e General Estoria ou General Estoria).
Tendo investido grande esforço e dinheiro,em vão, na obtenção da coroa do Sacro Império Romano-Germânico.
O Sábio faleceu em Sevilha, a 4 de Abril de 1284, com 63 anos. Foi enterrado na Catedral de Sevilha e seu coração em Múrcia.
Fernando de La Cerda
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Herdeiro da coroa do reino de Castela, morreu ainda em vida de seu pai (Afonso X de Leão e Castela), deixando dois filhos menores que foram preteridos na sucessão do trono, que o rei Sancho IV de Castela “O Bravo” tomou de forma abusiva.
Apesar disso, os seus dois filhos, Afonso de la Cerda e Fernando de la Cerda foram o tronco da família Lacerda.
Era filho do rei D. Afonso X, rei de Castela, nascido em 23 de novembro de 1221 e de D. Violante, infanta de Aragão, nascida em 1236.
Casou-se na cidade de Burgos, Espanha em 30 de novembro de 1269 com D. Branca, princesa de França, nascida em 1253, filha do rei Luís IX de França (25 de abril de 1214 – 25 de agosto de 1270) e de Margarida da Provença (1221 – 21 de dezembro de 1295), de quem teve dois filhos:
- Fernando de la Cerda, nascido em 25 de Julho de 1275, que se casou com D. Joana Nunes de Lara, que foi senhora de Lara.
- Afonso de la Cerda, senhor de Alba e senhor de Béjar, nasceu em 1270 e foi casado com D. Matilde de Brienne-Eu.
Branca de França
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Branca de França (em francês: Blanche; Jafa, 1253 — Paris, 17 de junho de 1320)[1][2] foi uma princesa de França por nascimento e infanta de Castela pelo seu casamento com Fernando de La Cerda.
Branca foi a terceira filha e oitava criança nascida do rei Luís IX de França e de Margarida da Provença. Seus avós paternos eram Luís VIII de França e Branca de Castela, e seus avós maternos eram Raimundo Berengário IV da Provença e Beatriz de Saboia.
Ela tinha dez irmãos, que eram: Isabel, rainha de Navarra como esposa de Teobaldo II de Navarra; Luís, herdeiro aparente e regente da França entre 1252 a 1254; o rei Filipe III de França; João Tristão, conde de Valois; Pedro, conde de Alençon; Margarida, duquesa de Brabante; Roberto de França, conde de Clermont; Inês da França, Duquesa da Borgonha, etc.
a data de 28 de setembro de 1266, foi assinado o contrato do casamento entre a princesa e o infante, filho mais velho do rei Afonso X de Leão e Castela e de Iolanda de Aragão, em Saint-Germain-en-Laye, na França. Eles se casaram dois anos depois, em 30 de novembro de 1268, na cidade de Burgos, na atual Espanha. A noiva tinha 15 anos de idade, e o noivo, 13.
O casal teve dois herdeiros. Fernando morreu em 25 de julho de 1275, com apenas dezenove anos de idade. Viúva, Branca não se casou novamente.
Com a morte do marido, ela foi aprisionada em Castela. Em 1277, ela retornou a França, de onde fez o possível para que o direito de seu filho ao trono castelhano fosse reconhecido.
Porém, após a morte do rei Afonso X, em 1284, quem o sucedeu foi o seu segundo filho, Sancho IV de Leão e Castela, e não os filhos de Branca e Fernando.
A princesa faleceu no dia 17 de junho de 1320, no Convento dos Cordeliers de Paris, com aproximadamente 67 anos de idade.
Descendentes de Fernando de La Cerda
Afonso de La Cerda
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Foi filho de Fernando de La Cerda, infante de Castela, (23 de Outubro de 1255-Ciudad Real, 25 de julho, 1275) e de D. Branca, princesa de França, nascida em 1253, filha do rei Luís IX de França. Casou em 1290 com Matilde de Brienne-Eu,[1] nascida em 1273, filha de João I de Brienne e Beatriz de Chôtillon, de quem teve 8 filhos.
- Fernando Afonso de Lacerda (Morella, c. 1286-depois de 1340) casado com Elvira de Ayala sem descendência.[2]
- Afonso de Lacerda (1289-15 de abril de 1322) foi senhor de Lunel, casou com Isabele de Antoing,[2] senhora de Epinoy e filha de Hugo IV de Antoing e de Maria de Enghien, castelã de Gand.
- Henrique de Lacerda, (1290-depois de 1327), foi arcediago em Paris.[2]
- Luís de Lacerda, (1291-Lamotte-du-Rhône, 5 de julho de 1348) foi o primeiro Conde de Talmont e casou por duas vezes; a primeira com Leonor de Gusmão (m. 1351), senhora de Puerto de Santa María, filha de Afonso Péres de Gusmão e de Maria Afonso Coronel, e da segunda vez com Guyotte de Uzès.[2]
- Margarida de Lacerda, (1293-depois de 1328), foi senhora de Lemos e Sarria, casou com Filipe de Castela, filho do rey Sancho IV de Castela e da rainha Maria de Molina, e senhor de Cabrera e Ribera.[2]
- João Afonso de Lacerda, (c. 1295 -1346), senhora de Gibraleón, Real de Manzanares, Huelva e Deza, e casado por duas vezes, a primeira com Maria Afonso de Portugal (filha de D. Dinis, rei de Portugal) e a segunda vez com Maria de Luna, filha de Artal de Luna e Constança Peres de Segorbe.[2]
- Maria de Lacerda, (c. 1290-antes de 1354), foi senhora de Villafranca de Valcárcel e casada com Afonso Melendes de Gusmão, mestre da Ordem de Santiago e irmão de Leonor de Gusmão, a amante do rei Afonso XI de Castela.[2]
- Inês de Lacerda, (1307-1362) foi senhora de Bembibre, e casou com Fernando Rodriguez de Vilalobos, filho de Ruy Gil de Vilalobos (III) e de Teresa Afonso.[2]